Farsas Armadas: desinformação e a preguiça de pensar

Farsas Armadas, desinformação. É a partir de trocadilhos inteligentíssimos e críticas bem-humoradas que Airá Ocrespo, meu primo e artista de rua (de ateliê também), discute a era da memetização e da chuva de dramas vividos pela sociedade na última década por culpa do descaso com a realidade. O que é plantado? O que é real? No que temos acreditado sem antes refletir? Algo não se torna verdade só porque foi publicado. E se for num grupo do WhatsApp, com aviso de compartilhado muitas vezes, então... desconfie.

Ontem foi dia de curtir almoço, passeio e exposição com a família, na Lapa e em Santa Teresa. A gente comeu, riu, curtiu belezas, fotografou, hablou y hablou. É muito gostoso ter gente pra discutir sobre todas as coisas do mundo, aprender e trocar. Na exposição, junto do criador, pudemos ouvir o que significava cada referência, e tudo virou um grande debate gostoso. Mesmo quando havia discordâncias. Porque a arte existe não só como elemento estético, mas crítico, que te convida a reflexões - basta aceitar o convite para viver um mundo novo dentro de si.

A grande massa tem preguiça de pensar. Se alimenta do que alguém disse que era certo, ou bom, sem questionar. Consumir e acreditar em tudo o que se publica é prejudicial à saúde (esse aviso poderia vir nas caixas de leite e vidros de xampu). Sempre fomos assim, mas hoje, com a velocidade e quantidade de estímulos que nos ataca, a marolinha virou tsunami. Vivemos em uma época de troca rasa de informação. Compartilhamos títulos sensacionalistas sem abrirmos o conteúdo da mensagem, e "ajudamos" outros a se alienarem também.

Talvez o que eu disse não seja novidade para você, mas é sempre bom lembrar. Lembrar para não esquecer. Para não tropeçar nos próprios pés. É aquela grande mensagem de conhecer o passado para garantir um futuro melhor. Para votar melhor, para viver um pouquinho de paz em meio ao caos que nossas vidas se tornaram, até conseguirmos um ponto de equilíbrio.

Farsas Armadas está em exposição até o dia 03/02 (sábado) na Casa Amarela: Rua Hermenegildo de Barros, 163, Santa Teresa. A visitação precisa de agendamento  (airaocrespo@gmail.com ou 21 99137-5914) mas hoje, 21 de janeiro, o espaço estará aberto a partir das 16h para um papo com o Airá.